- Nº 1955 (2011/05/19)
Cortes no superior

<i>Troika</i> reduz na educação

Legislativas 2011

Os estudantes do ensino superior deparam-se com graves ataques, com o governo a retirar a bolsa a 11 mil universitários e a diminuir mais 12 mil.

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«A realidade do ensino superior implica custos cada vez maiores para os estudantes, levando a que cada vez mais tenham que trabalhar ao mesmo tempo que estudam, ou mesmo deixem de estudar», salienta a Juventude CDU, que destaca, em nota de imprensa, a Acção Social Escolar (ASE) como a questão de que este ano lectivo mais se falou, «pelo ataque aprofundado que sofreu, com os graves atrasos na atribuição de bolsas, os cortes que as mesmas tiveram para milhares de estudantes e a não atribuição de qualquer bolsa de estudo a muitos outros».

«O próprio Ministério da Ciência e do Ensino Superior refere que 11 mil estudantes deixaram de ter bolsa e 12 mil estudantes viram a sua redução. Para além deste panorama negro, surgiram também aumentos dos preços das residências e do prato social», lembram os jovens, explicando que a «linha política» que tem sido seguida é de «afastar cada vez mais estudantes do ensino superior, permitindo a sua frequência apenas àqueles que tiverem dinheiro».

Para além da ASE e da falta de financiamento das instituições, a questão das propinas, da sua existência e brutal aumento, é outro «atentado ao direito que todos temos a uma formação superior». «Se as mais de duas mil empresas de Portugal que estão isentas de impostos, o pagassem, certamente haveria dinheiro para pagar as propinas de todos os estudantes», defendem.

A Juventude CDU alerta ainda para as medidas que o FMI está a impor ao País, com o apoio do PS, do PSD e do CDS, que vão significar «propinas mais elevadas, cortes na acção social, mais privatização de serviços nas escolas, sendo que as condições sociais das famílias também se agravarão com mais desemprego, mais impostos e encerramento de serviços».

Estes jovens salientam, por fim, que existe uma alternativa para o ensino superior, que encara a educação como um direito e uma prioridade, e propõem a «redução dos custos de frequência do ensino superior com a revogação da Lei do Financiamento e o fim das propinas», o «aumento do número e do valor das bolsas e alargamento da oferta e redução de preços dos apoios indirectos (cantinas, residências, etc.)» e a «saída das empresas da gestão das instituições, revogação do Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior e saída de Portugal do Processo de Bolonha».